Em fevereiro, mais de quatro mil frascos de azeite de oliva falsificados foram destruídos, em Araraquara, interior de São Paulo. Todo o lote de produtos fraudados continha adição de outros óleos vegetais, como óleo de soja, e foi destruído após investigação comandada pelo Ministério da Agricultura.
“O óleo de soja que usam para encorpar azeite de oliva não é novo. Estas empresas utilizam óleo de soja adquirido de empresas que compram óleo de segunda mão, adquiridos de restaurantes e residências, como aquele carro que passa na sua rua. Por isso reforçamos sempre que o descarte de óleo vegetal só pode ser realizado por empresas certificadas e sérias” explica Vitor Dalcin, Diretor Executivo da Ambiental Santos.
Desde o ano passado, quando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) suspendeu a venda de 33 marcas de azeites de oliva justamente por adulterações, a recomendação é que o consumidor verifique o que está comprando seguindo as orientações do Instituto Brasileiro de Olivicultura – Ibraoliva:
“Tem que desconfiar de azeites muito baratos. Lembre-se de que para a fabricação de azeite de oliva de qualidade a indústria utiliza entre 5 e 14 kg de azeitona para 1 litro de azeite. Olhe a cor do azeite, verifique a data de envase e a origem da safra de origem. Se possível, verifique o aroma também. É fácil perceber quando um azeite está alterado.”
Combustíveis sofrem com a mesma situação
O executivo traça um paralelo com as distribuidoras de combustíveis, que estão preocupadas com os efeitos da pandemia da COVID-19 a respeito de fraudes em seu setor: A pandemia reduziu a fiscalização no setor de combustível e quem diz isso é um monitoramento de mercado do Instituto Combustível Legal (ICL), o resultado foi que o número de postos irregulares que adulteraram a qualidade dos produtos subiu de 15% para 20% desde março:
“O mesmo acontece com óleo vegetal, que quando alterado vem contaminado e, é extremamente prejudicial para o consumidor. A tendência de novas fraudes aumenta acompanhada justamente pela perda da capacidade de fiscalização das autoridades públicas” alerta Vitor.